Hoje (19) o País inteiro vai parar para ver as cenas finais da novela “Avenida Brasil”, da Rede Globo – um verdadeiro fenômeno de audiência da emissora, como há muito não se via.
Aproveitando o ensejo, a jornalista Ivone Lima, formada pela Uneb/Juazeiro, envia este artigo ao Blog trazendo detalhes interessantes de como a teledramaturgia das 21h mexeu com a rotina dos brasileiros. Confiram:
João Emanoel Carneiro passará o bastão e a responsabilidade de manter os altos índices de audiência conquistados por Avenida Brasil à experiente Glória Perez. Ninguém duvida que Perez esteja à altura do desafio. As perguntas óbvias são: mantendo a originalidade de Carneiro e por consequência uma novela com jeito de seriado? ou apelando ao modelo consagrado desde os anos 1960, com uma bela e tortuosa história de amor?
A trama de Carneiro esteve no julgamento do Mensalão: “até na novela das oito a Carminha disse que ia processar a Nina por formação de quadrilha. É bonito isso, né?” Cita o advogado Leonardo Yarochewsky ao defender a ré Simone Vasconcelos. A presidente Dilma Rousseff evita bater de frente com Carminha (Adriana Esteves) e sua turma, e para não passar o constrangimento de discursar no vazio em favor de Haddad, adiou o comício que estava marcado para sexta-feira em SP – último capítulo da novela, para o próximo sábado, onde todos já saberão o destino das personagens.
Avenida Brasil conquistou os homens, a classe média, as celebridades e dominou por quase duzentos capítulos as redes sociais, além de vencer o Corinthians – sua audiência foi maior que a conquista da Libertadores pelo Timão, segundo o site Folha de S. Paulo: “O capítulo em que a megera foi totalmente desmascarada pela família de Tufão (Murílio Benício), que foi ao ar na segunda-feira (8), registrou não só o recorde de audiência de toda a novela, como também o maior ibope que um programa alcançou na TV brasileira em 2012”.
Vale dizer que Avenida Brasil apresenta um enredo versátil, amarra bem os capítulos deixando o melhor para o dia seguinte. Não tem vilã nem mocinha, ninguém se arrisca a dizer que Nina (Débora Falabella) é um modelo de virtude ou que Carminha não tenha nenhuma qualidade. Mesmo Tufão, cujo nome virou sinônimo de corno carregando os chifres por quase toda a trama, conseguiu simpatia do público, que vibrou quando ele finalmente abriu os olhos! As subtramas e o elenco de apoio foram um show à parte. Destaque para o humor de Leleco (Marcos Caruso).
A maior ficção talvez seja a convivência pacífica entre ricos e pobres no bairro do Divino. Evidentemente que a trama sofre com a esticadinha já tradicional que a TV Globo faz quando tem um sucesso como esses. A personagem Nina quase desapareceu na reta final. Outros temas propostos no início percebe-se agora que ficaram perdidos. Cadinho (Alexandre Borges) - e suas mulheres - foi apenas suportável. Contudo, esses erros não diminuem a qualidade da novela. Até bem pouco tempo era impensável que a maior atração de um folhetim não fosse o par romântico. Se a arte imita a vida, segundo Avenida Brasil o amor está fora de moda.
Ivone Lima/Jornalista
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