quinta-feira, 27 de março de 2014

Empate confirma classificação do Santa e mantém liderança do Sport

Foto: Guga Matos/JC Imagem

O Santa Cruz fez um primeiro tempo surpreendente e liderou o placar. Mas pagou caro pelo recuo prematuro na etapa final, deu espaço ao Sport, que arrancou o empate. No final das contas, o placar de 1×1 terminou fazendo justiça à proposta de jogo dos dois times. O ponto que cada um conquistou manteve os rubro-negros na liderança do hexagonal final do Campeonato Pernambucano, agora com 17 pontos e os corais em terceiro, com 15. Na próxima rodada, o time da Ilha do Retiro precisa vencer o Náutico para garantir a ponta sem precisar dos resultados alheios. O Santa ainda pode ser o primeiro, mas terá que vencer o Central e torcer por um empate entre Sport e Náutico, no próximo domingo.

Cobrou-se tanto ao técnico Vica que seu time precisava de algo diferente para enfrentar o Sport e as mudanças vieram. A primeira, forçada. Antes do apito inicial, foi confirmada a ausência do meia Carlos Alberto, que sentiu uma lesão muscular. Sobrou para o jogador que toda torcida clamava: Natan. E ele apareceu e trouxe consigo a segunda novidade: os tricolores deram aos rubro-negros uma dose de seu próprio veneno. Marcaram a saída de bola e tomaram conta das ações em praticamente toda primeira etapa.

Caça Rato pela esquerda, Natan pela direita e Raul centralizado. Com esse trio dando suporte a Leo Gamalho, o Sport não pôde fazer o jogo vertical que tem sido sua característica sob o comando de Eduardo Baptista. Aílton, Felipe Azevedo e Neto Baiano ficaram isolados, também porque Patric e Renê não podiam avançar sob pena de abrir espaços pelos lados.

Até agora, só elogios. Mas a evolução com a bola nos pés não teve reflexo na hora de transitar entre defesa e ataque. Faltou objetividade e, principalmente velocidade não de jogadores mas na dinâmica de jogo. A defesa leonina estava atenta e conseguiu bloquear as investidas. Quando conseguiu finalizar, o Santa errou a pontaria.

O Sport só deu sinal de vida em duas oportunidads, ambas com Aílton arriscando de fora da área. Na primeira, a bola passou à esquerda, com perigo. Na segunda, a bola desviou na defesa coral. No mais apenas marcou e marcou como se esperasse uma chance para contra-atacar mas ela nunca aparecia – como de fato não apareceu.

O time da casa acertou o pé aos 27 e 29, com Zeca e Raul. Em ambas, Magrão segurou. Chamou a atenção a passividade do time da Ilha. A marcação quase cruel e o jogo rápido de outras jornadas passou bem longe. Aliás, passou para o lado contrário do campo, que de tanto insistir, conseguiu a vantagem aos 39 do primeiro tempo. Raul cruzou da direita e Durval não alcançou a bola. Atrás dele estava Leo Gamalho. Como manda o figurino ele cabeceou de cima para baixo, no canto esquerdo de Magrão.

Na volta para o segundo tempo os dois times tiveram novidades. O Santa veio com Jefferson Maranhão no lugar de Natan, cansado. O Sport acionou Leonardo e Renan Oliveira nos lugares de Neto Baiano e Aílton, respectivamente. A postura dos dois times mudou. O Santa recuou mais a marcação para aproveitar os contra-ataques. Como consequência direta, deu mais campo e posse de bola ao time da Ilha.

Ainda assim, foi o Santa a levar perigo primeiro, por obra do Sport, diga-se de passagem. Logo aos quatro minutos, Leonardo tentou inverter o jogo para o lado direito e deu um presente a Leo Gamalho. Ele avançou, contou com o espaço dado por Ferron e chutou forte. Magrão saiu do gol e conseguiu o milagre. Essa situação repetiu-se mais duas vezes com Raul e Jefferson Maranhão. Aos rubro-negros só restou o perigo com um cruzamento de Renê que Felipe Azevedo finalizou em cima de Zeca.

Aos 23 minutos o técnico Vica resolveu priorizar o placar que já construíra ao colocar o lateral Nininho no lugar de Flávio Caça Rato. A medida também serviu para dar uma ajuda a Oziel, já que o Sport priorizava as jogadas pelo lado esquerdo, primeiro com Danilo e Renê, depois com Bruninho no lugar de Danilo.

Mas justamente depois dessas mudanças, o jogo esfriou. Muitos passes errados dois dois lados e jogadas sem conclusão. A bola passeava entre uma intermediária e outra sem que ninguém conseguisse dominar, raciocinar uma jogada e tentar envolver o adversário, fosse em jogadas individuais ou coletivas. O Sport só foi cumprir esse mandamento de um time que quer fazer gol aos 35 minutos e se deu bem. Ewerton Páscoa iniciou a triangulação e a concluiu, chutando rasteiro no canto de Tiago Cardoso para deixar tudo igual.

Obviamente que o gol dos visitantes teve méritos pela construção da jogada. Mas o Santa pagou caro por ter cedido espaço demais ao adversário tão cedo. Depois disso, a direção do vento inverteu-se e foi o Santa a procurar empurrar o Sport em seu campo de defesa, mas faltou força.

Ficha do jogo:

Santa Cruz: Tiago Cardoso; Oziel, Renan Fonseca, Everton Sena e Zeca; Sandro Manoel, Luciano Sorriso, Raul e Natan (Jefferson Maranhão); Flávio Caça-Rato (Nininho) e Léo Gamalho. Técnico: Vica.

Sport: Magrão, Patric, Ferron, Durval e Renê; Ewerton Páscoa, Rodrigo Mancha, Aílton (Renan Oliveira) e Danilo (Bruninho); Felipe Azevedo e Neto Baiano (Leonardo). Técnico: Eduardo Baptista.

Local: Arruda, Recife (PE). Árbitro: Sebastião Rufino Filho. Auxiliares: Elan Vieira e Wlademir de Souza. Gols: Leo Gamalho, aos 39 do primeiro tempo. Ewerton Páscoa, aos 35 do segundo. Cartões amarelos: Oziel, Magrão, Patric, Renê e Renan Oliveira. Público: 13.489.

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