segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Faltam 7,2 milhões de profissionais de saúde no mundo, aponta OMS

Ministro da Saúde, Alexandre Padilha; diretora da Opas Carissa Etiene; diretora-adjunta da OMS Marie-Paule Kieny; Mitsuhiro Ushio (Foto: Katherine Coutinho/G1)


Para conseguir atingir a cobertura universal de saúde no mundo é preciso comprometimento político, foco e eficiência. Faltam no mundo atualmente 7,2 milhões de profissionais de saúde, afirmou a diretora-adjunta da Organização Mundial da Saúde (OMS), Marie-Paule Kieny, durante a abertura do 3º Fórum Global de Recursos Humanos na Saúde, neste domingo (10), em Olinda.

Até a próxima quarta-feira (13), a cidade vai ser sede do encontro mundial - que já aconteceu na África e na Ásia - contando com a participação de delegações de 85 nações. Participaram ainda da abertura Carissa Etienne, diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Mitsuhiro Ushio, presidente do Conselho de Administração da Aliança Global para a Força de Trabalho em Saúde, e Alexandre Padilha, ministro da Saúde brasileiro.

O relatório foi elaborado em conjunto com a Aliança Global para a Força de Trabalho em Saúde e vai ser lançado apenas na segunda-feira (11). Os dados apontam ainda para 83 países com menos de 22,8 profissionais de saúde para 10 mil habitantes, número mínimo apontado como ideal pela OMS.
Diretora-adjunta da Organização Mundial da Saúde (OMS), Marie-Paule Kieny (Foto: Katherine Coutinho/G1)


A lacuna tende a crescer se algo não for feito, destaca a diretora-adjunta da OMS. “Nós precisamos de trabalhadores em saúde, mas precisamos de uma mudança de paradigma, de financiamento, governança, desenvolvimento, gestão. [...] Precisamos acelerar de maneira significativa os esforços, incluindo a aceitação de novos modelos, focar nos cuidados primários”, aponta.

Durante seu discurso na abertura, a diretora da Opas, Carissa Etiene, lembrou da importância de se valorizar os profissionais e buscar formas de prepará-los para trabalhar junto à comunidade, premiando aqueles que tiverem bons resultados. “Precisamos de uma nova atitude para assegurar qualidade e inclusão, de planos robustos e recursos humanos desenvolvidos de maneira inclusiva. Precisamos de boas condições de trabalho e cultura de trabalho que dê poder ao trabalhador de saúde e à sua criatividade”, afirmou.

Essa busca por incentivar os profissionais em saúde, sejam eles médicos, enfermeiros ou agentes de campo, lembra a diretora da Opas, é necessária para que não se perca todo o desenvolvimento conseguido até aqui. “Vamos ter sucesso na saúde à medida que cada país e região der um passo em direção ao desenvolvimento pleno e sustentável”, destaca Carissa Etiene.

O engajamento político, lembra Mitsuhiro Ushio, é essencial e o Fórum surge como espaço para que se discuta o engajamento global do tema. “É crítico [estarmos aqui] para vermos os progressos feitos colocando os recursos humanos no centro da discussão de uma agenda pós-2015. É também importante, gerar engajamento político para as futuras ações em recursos humanos em saúde”, destacou durante o discurso.

Mais Médicos
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, aproveitou a abertura para fazer um balanço geral dos últimos anos no Brasil e apresentar o Sistema Único de Saúde (SUS), além do programa Mais Médicos. A questão da falta de profissionais foi apontada pelo ministro como um dos motivos para a conferência acontecer aqui.

“O Brasil está fazendo um grande debate nacional sobre como formar um profissional de saúde, sobre como ter um profissional comprometido com o que a população mais precisa, como usar estratégias inovadoras, ter ideias novas para levar médico para onde a população mais precisa. Como fazer um diagnóstico sobre a necessidade de formação de especialistas”, aponta Padilha.

Destacando os investimentos em infraestrutura, Padilha apontou que o país teve um aumento de 44% no número de unidades de saúde, 17% no número de leitos e apenas 13% no número de médicos nos últimos cinco anos. Esse descompasso teria feito o Brasil investir na atração de médicos estrangeiros, mas de forma provisória e emergencial, frisou o ministro.

O ‘tabu’ da vinda dos médicos de fora do país, por sinal, estaria sendo superado, acredita Padilha, ao passo que se constata o aumento no número de consultas e a confiança da população nos médicos estrangeiros. “Nós estamos vencendo esse debate, estamos vencendo esse tabu”, afirmou.

Em conversa com a imprensa após a apresentação do programa, a diretora-adjunta da (OMS), Marie-Paule Kieny, foi questionada pela imprensa se o programa poderia ser levado para outros países. “Cada país deve olhar para seus próprias particularidades e problemas”, apontou a diretora-adjunta, lembrando que alguns países não teriam a mesma facilidade que o Brasil para atrair esses profissionais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário