
Brasil e Japão fizeram ontem a abertura da Copa das Confederações no estádio Mané Garrincha, em Brasília (estádio que faz linda homenagem ao anjo de pernas tortas, embora, infelizmente, insistam em chamá-lo de estádio nacional, como mostram todas as placas sinalizadoras na capital brasileira).
O Japão não é nenhuma potência do futebol mundial e isso não é novidade pra ninguém. Entretanto, poucas pessoas esperavam vida fácil para os brasileiros. Os samurais têm evoluído ao longo dos anos. Com Honda jogando pelo meio e Kagawa pela ponta esquerda, a seleção nipônica tinha nos seus meias o caminho que poderia atrapalhar a vida dos donos da casa. Não foi dessa vez.
Logo aos três minutos, Marcelo, um dos melhores da partida, lançou Fred na entrada da área. O camisa nove tentou dominar no peito, mas a bola sobrou para Neymar, que encheu o pé e colocou no ângulo do goleiro japonês.
A seleção jogou a maior parte do tempo com o esquema 4-2-3-1, com Luiz Gustavo jogando às vezes quase como um terceiro zagueiro, à frente de David Luiz e Thiago Silva. Paulinho, mais adiantado, Hulk na direita, Neymar na esquerda e Oscar no meio. Fred era o centroavante à frente do trio.
Esse é um esquema que tem dado certo nos grandes clubes do mundo e pode dar certo com a seleção. O Bayern, atual campeão da Champions League, joga assim, com Ribery aberto na esquerda, Roben na direita e Kross ou Muller no meio. Mandzukic como centroavante. A seleção brasileira têm jogadores com essas características.
Com paciência nas horas certas, tocando bola, mesmo que na defesa, e alguns momentos de ímpeto, sobretudo nas tabelas entre Neymar, Oscar e Marcelo (o grande caminho ofensivo da seleção) o Brasil começa a mostrar evolução.
Ainda há muitas coisas a melhorar. O juazeirense Daniel Alves não está na sua melhor forma. Errou passes bobos, forçou cruzamentos e ficou disperso em alguns momentos da partida. Paulinho, que em alguns jogos ficava recuado demais, hoje, diversas vezes ficou muito na frente, o que impedia uma ligação entre a defesa e o ataque. A distância entre Luiz Gustavo -quase um zagueiro- e Paulinho -quase ao lado de Oscar- fazia com que faltasse qualidade na ligação, o que obrigou os zagueiros tentar ligação direta mais vezes que o aceitável.
Mas também houve coisa boa. Neymar se mostrou mais ousado do que vinha se mostrando ultimamente. Foi pra cima dos zagueiros, deu chapéu, pedalou, bateu a gol e fez um golaço. A movimentação de Oscar, apoiando Neymar e Hulk faz a diferença no ataque. Há um fio de esperança de que as qualidades individuais possam, com o passar dos jogos, contar com uma qualidade de time. Ao menos no que aconteceu dentro de campo, o brasileiro até que pode se dar por satisfeito. Já sobre abertura, representantes, acesso ao estádio e o bombardeio nos arredores do Mané Garrincha…
Notas:
Júlio César = 5.5
Daniel Alves = 5
Thiago Silva = 6.5
David Luiz = 6.5
Marcelo = 7.5
Luiz Gustavo = 6.5
Paulinho = 7.0
Oscar = 6.5
Hulk = 6.0
Neymar = 7.5
Fred = 6.0
Lucas = 5.5
Hernanes = 6.0
Jô = 7.0
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