segunda-feira, 6 de maio de 2013

Em sessão solene, Jarbas destaca coragem política de Lyra


















O Congresso Nacional realizou hoje (6) sessão solene para homenagear a memória do ex-ministro Fernando Lyra, que faleceu no último mês de fevereiro. O ato foi uma iniciativa dos senadores Cristovam Buarque (PDT-DF) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e do deputado federal Roberto Freire (MD-SP). “Desde muito cedo, Fernando mostrou que tinha a política no coração e na mente. E essa vocação surgiu num momento difícil da História do Brasil, quando o país amargava um regime ditatorial, que tolhia as liberdades democráticas, cassava mandatos populares, perseguia, torturava, matava”, afirmou Jarbas.

De acordo com o peemedebista, para fazer política durante o regime autoritário, principalmente quando se estava na oposição, não bastava apenas ter a vocação. “Era necessária também muita coragem, física inclusive. E isso Fernando sempre teve de sobra. Uma força admirável que o levou também a enfrentar com galhardia e perseverança sérios problemas de saúde.”

Jarbas lembrou o papel fundamental que Fernando Lyra teve na formação e no trabalho do chamado “Grupo dos Autênticos” do antigo MDB. “O ‘Grupo dos Autênticos’ representou, do ponto de vista histórico, uma resistência dentro da resistência, que se mostrou essencial, pois levou o PMDB dos gabinetes de Brasília para as ruas e fez com que a oposição causasse – 10 anos após o Golpe Militar – a primeira rachadura no modelo de democracia tocada à base de Atos Institucionais, com a vitória obtida nas urnas em 1974”, rememorou Jarbas.

Jarbas também destacou, na sua fala, o trabalho de Lyra como ministro da Justiça. “Fernando cumpriu seu papel com maestria nos onze meses em que esteve à frente da pasta. Abriu caminho para que o Brasil jogasse no lixo o ‘entulho autoritário’, expressão de gênio cunhada por ele mesmo, como tantas outras que legou à história política do país”.

Por fim, o senador fez questão de destacar o lado pessoal da vida de Lyra. “O filho, marido, irmão, pai, avô, tio, amigo. Esses dois personagens conviviam harmonicamente. Fernando era sempre bem humorado, com uma conversa agradável, inspirada, também gostava da boa bebida, da boa comida. Essa paixão pela vida marcou a trajetória de Fernando. Para os amigos, era sempre um susto quando surgia alguma notícia negativa sobre a sua saúde. Porém, após cada nova crise, ele sempre voltava animado, disposto. Mais um exemplo para todos nós, especialmente para aqueles que fraquejam ao primeiro sinal de dificuldade”.

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