quinta-feira, 25 de abril de 2013

Na TV, Campos critica Dilma e diz que é hora de avançar



O programa partidário do PSB neste semestre é a aposta mais alta do partido para fazer deslanchar a pré-candidatura a presidente do governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
Ele é a estrela principal da propaganda de 10 minutos de duração à qual o Blog teve acesso. O filme vai ao ar em rede nacional de TV a partir das 20h30 de hoje (25.abr.2013). O vídeo está publicado neste post.
O programa do PSB  reforça o discurso de Eduardo Campos nos últimos meses. Há no filme várias críticas ao governo de Dilma Rousseff, mesmo sem citar o nome da petista.
Campos aparece sempre em supercloses –uma mensagem subliminar para enfatizar a juventude do político pernambucano, que tem hoje 47 anos. Em três trechos do filme, o foco fica apenas nos olhos claros do pré-candidato.
Eis uma das falas de Campos: “Avançamos [no Brasil], mas deixamos de fazer mudanças fundamentais. Temos um Estado antigo, quer seja na esfera municipal, estadual ou federal. Ainda traz as marcas do atraso e do elitismo (…) Ou avançamos agora, ou corremos o risco de regredir nas conquistas do nosso povo. Temos que ter a humildade de admitir e a coragem de enfrentar os problemas que estão aí, batendo à nossa porta. O Brasil precisa dar um passo adiante. E nós do PSB vamos dar esse passo junto com o Brasil.” 
O governador é popular em seu Estado, Pernambuco, e entre os políticos de todos os partidos. Mas é ainda pouco conhecido do grande eleitorado do Sul e do Sudeste. Naúltima pesquisa Datafolha sobre a eleição presidencial, Eduardo Campos apareceu como preferido de 6% do eleitorado. Dilma teve 58%; Marina Silva, que tenta fundar um novo partido chamado “Rede”, ficou com 16%; Aécio Neves (PSDB), com 10%.
O filme do PSB faz uma opção pela politização do discurso. Começa com um texto e imagens em preto e branco falando da redemocratização. São citados políticos de todos os partidos.
Esse tipo de discurso é correto do ponto de vista histórico, pois dá crédito a todos que ajudaram a construir a atual democracia brasileira. Mas marqueteiros em geral fogem desse assunto como o diabo da cruz –sob o argumento de que a maioria do eleitorado rejeita esse tipo de abordagem.
Em certa medida, portanto, o filme do PSB para promover Eduardo Campos contém uma dose razoável de risco. Não há como saber como será a reação dos telespectadores-eleitores.
Em um dos trechos do programa, por exemplo, Eduardo Campos relata que é herdeiro da “esquerda democrática” de seu avô, Miguel Arraes, e que é fiel a seus aliados, mas que faz críticas quando necessário. A mensagem implícita: o PSB participa do governo do PT, mas quer mudanças.
“Somos um partido [o PSB] que defende as suas alianças, mas seremos sempre um aliado participante, propositivo, crítico quando a crítica é necessária. Mudanças fundamentais continuam sendo adiadas hoje como sempre foram no passado. A reforma fiscal, a revisão do pacto federativo, a reforma politica. Para avançar não temos outra escolha. É preciso contrariar os interesses da velha politica, que está instalada na maquina pública. Cargo público tem que ser ocupado por quem tem capacidade, mérito, sobretudo espirito de liderança. E não por um incompetente que é nomeado só porque tem um padrinho político forte.”
Também aparece no vídeo o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque, do Rio Grande do Sul. Ele exalta feitos dos governos do PSB no Ceará, em Belo Horizonte e em Pernambuco.
A fala de Beto Albuquerque tem um endereço óbvio. Ao afagar a administração do PSB no Ceará sua intenção é agradar ao governador daquele Estado, Cid Gomes, que tem dado a entender que prefere apoiar a reeleição de Dilma Rousseff em 2014.
No caso do prefeito de BH, Márcio Lacerda, a tendência mais natural é que se desgarre do PSB e dê apoio ao tucano Aécio Neves na corrida pelo Planalto.
O líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg, que pretende disputar a eleição para governador do Distrito Federal, também aparece, mas por pouco tempo. Ele fala sobre o apoio que o PSB deu no Congresso à aprovação da PEC das Domésticas, que estendeu benefícios da CLT à categoria.
Uol

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